(...)
Se tudo parar, morremos à fome!
No Programa: Moeda paralela, auto-suficiência, decrescimento energético e regresso à frugalidade.
"A globalização económica tornou-se possível graças ao petróleo barato para alimentar os camiões, os barcos e os aviões que percorrem o mundo em todos os sentidos. Mas o que é que vai acontecer quando ele se tornar ainda mais escasso e mais caro do que hoje? E mais tarde, em caso de penúria? - interroga Rob Hopkins, o iniciador do movimento de transição.
"Basta lembrarmo-nos do impacto dos choques petrolíferos de 1973 e 1979, para fazermos uma ideia. Como vamos deslocar-nos? Como faremos funcionar as nossas empresas e explorações? Como vamos produzir os bens de primeira necessidade? O desafio a vencer é enorme, de tal maneira os nossos modos de vida dependem completamente do petróleo barato. Se tudo parar, morremos à fome! Não há nenhuma alternativa energética preparada para vencer um desafio desta amplitude, em tão pouco tempo..."
É Rob uma Cassandra*? Bem longe disso! Mas sem qualquer dúvida adepto do low impact. Sobretudo optimista e pragmático. Face à vertigem que toma conta do mundo, diante da amplitude das ameaças que aí estão, este professor de permacultura** encara o pico do petróleo e o aquecimento climático como uma oportunidade. A oportunidade de trabalhar para um renascimento económico e social, criando um outro modo de vida ao serviço dos homens e das suas necessidades, mais solidário e mais justo, menos destruidor do ambiente. Um mundo novo menos devorador de energia, mais convivial, mais rico em tempo, menos stressante e no final mais feliz.
(...)
*Figura da mitologia grega, filha de Hécuba e de Príamo, rei de Tróia. Apolo enamorado concedeu-lhe dons de profetisa, caso ela acedesse aos seus desejos. Uma vez ensinada, Cassandra esquivou-se. E Apolo retirou-lhe, não o dom da profecia, mas o da persuasão. Desde então bem profetiza Cassandra, mas ninguém acredita nela.
**O termo permacultura foi inventado pelos ecologistas australianos Bill Mollison e David Holmgren nos anos 70, para designar um método agrícola durável e diversificado, que se propõe restaurar o planeta respeitando a natureza em vez de a dominar. Hoje o seu campo de acção alargou-se a domínios tão diversos como o design, a construção ou a eficiência energética.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário