(...)
Aqui fazem-se pagamentos em Libras de Totnes!
Vejamos a praça, por exemplo. A abundância extravasa das bancadas, com um vasto leque de produtos da terra. Se lá formos à sexta ou ao sábado para comprar saladas, batatas saborosas e cheias de aromas ou um belo frango para o almoço de domingo, podemos encontrar Lou Brouwn, que é uma fina cozinheira. Mas Lou tem uma outra particularidade. Tal como a maior parte dos 8.500 habitantes de Totnes, ela não faz as compras com uma libra esterlina com a efígie da rainha. Em vez disso, a sua moeda apresenta uma imagem mais familiar, a da cidade em que vive. Lou utiliza a libra de Totnes, uma moeda paralela que dá direito a múltiplos descontos e pode encontrar-se em quatro balcões de câmbio da cidade. Uma libra inglesa por uma libra de Totnes. É uma maneira de favorecer as produções regionais e de apertar os laços entre os habitantes e os produtores próprios. E de limitar as importações e a poluição daí resultante. Introduzida há dois anos, esta divisa é aceite por mais de 70 comerciantes. Evidentemente simbólica, não deixa no entanto de ser eficaz.
"As pessoas podem ter na mão uma nota de banco diferente, que assinala de maneira visível uma mudança de atitude" - diz Lou. " A vontade de apoiar a sua comunidade, preservando o seu bem-estar e a sua saúde".
Uma população de classe média, com um certo gosto pela preservação do ambiente e o orgulho de viver a experiência social mais significativa e potencialmente mais inovadora do nosso tempo.
Totnes é uma cidade em mutação, de preferência em transição, como ela se designa. Pioneira dum movimento em vias de conquistar o planeta e que, para fazer face à crise, advoga o regresso a um modo de vida mais frugal, capaz de viver melhor e de ultrapassar as perturbações que aí vêm, graças a uma economia local forte e auto-suficiente.
(...)
JC
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário