O que estava programado, em 22 de Maio, era um passeio de observação de aves em S. Pedro.
Mas tendo os activistas acordado tarde, de aves só puderam ouvir gorjeios e trinados. As ditas já estavam recolhidas à sombra dos carvalhos (cerquinhos, negrais, alvarinhos e outros), dos salgueiros e freixos e amieiros... e algum ulmeiro sobrevivente.
Ficaram-se com uma bela passeata. Mas ainda puderam ver, graças à diligência do Amândio, um ninho verdadeiro de andorinha dáurica (o que aqui se reproduz é um reles esquisso de manual). E lá no cimo dum pinheiro, a trinta metros de altura, um ninho de milhafre na margem da ribeira de Tourões. Ou seria de algum corvo?!
O almoço na Bichoeira foi tão opíparo, que não deixou tirar a coisa a limpo!
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Passear na "folha" se S. Pedro é um reencontro com os cheiros da terra, que nesta época do ano apresenta a sua máxima exuberância.
ResponderEliminarRecordo Camus no seu “Retour a Tipaza”, e a forte impressão que , na minha adolescência, me causou a descrição da natureza, e dos cheiros da primavera, na orla do mediterrâneo.
No caminho de Vale das Devesas, ou “Valdasvesas” como nós dizemos encontramos o vidoeiro, o bracejo (matéria prima das vassouras da minha infância), as giestas amarelas de odor intenso; cruzamo-nos com o verde de um lagarto fugidio, empreitamos um ninho de cotovia, com os seus quatro ovos, abandonados precipitadamente ao choco, quando nos aproximamos.
Uma sepultura, das muitas que por aqui existem, cavada no duro granito, mostra-nos como teria sido árduo o trabalho de a moldar, e evoca-nos o passado destas terras. Imaginamos que já terá guardado um corpo, e isso lembra-nos a transitoriedade da existência.
Chegados a um barroco imponente, com as suas cavernas, arriscamos penetrar nula delas para observar um ninho de andorinha aúrica, colado ao tecto, argiloso e camuflado.