quinta-feira, 17 de setembro de 2009
Transição: porquê e para quê
O mundo vive um tempo de mudança, que já se adivinhava, e que esta crise parece querer mostrar que está cada vez mais iminente. Estamos a viver os últimos tempos de uma fase de progresso espectacular que viu chegar a globalização, que trouxe uma prosperidade que os nossos avós nunca teriam sequer imaginado, viu o mundo tornar-se mais pequeno por influência da Televisão, viu as distâncias encurtarem-se por influência do automóvel. Mudanças que estão a mudar mentalidades, formas de comunicar e de aceder às notícias; assistimos à formação de comunidades virtuais onde os jovens se conhecem e partilham experiências que os mais velhos acham estranhas e impenetráveis.
A razão de ser desta época tem muito a ver com o acesso a energia abundante e barata, caso dos combustíveis fosseis, carvão, petróleo e gás natural. Energia que trouxe um grande conforto a uma boa parte do mundo, que transformou as nossas cidades ao jeito do automóvel, que aquece e arrefece as nossa casas, de tal forma que o mundo já nem se pode imaginar sem essa energia, ou sem a electricidade que dela deriva.
Consumo exagerado… o nosso tempo é um tempo onde se consome em excesso, se desperdiçam embalagens, se desaprendeu a velha arte artesanal de fazer as coisas. Não é possível manter por muito mais tempo esta sociedade de consumo, que é responsável pelo esgotamento de recursos, por uma deslocalização da produção, pelo desfazer do modo de vida tradicional.
Mas as consequências destes excessos já são visíveis, as alterações climáticas, o previsível esgotamento a prazo, dos combustíveis fosseis, a poluição, o problema da água, dos recursos mineiros, da sustentabilidade, tudo misto irá pesar sobre as cabeças dos nossos filhos. Cada vez maior número de pessoas toma consciência da necessidade de fazer qualquer coisa, já se criam por toda a parte movimentos, comunidades que querem dar respostas, procurando alternativas, racionalizando o consumo, reciclando os lixos, procurando formas novas de sustentabilidade. Começamos a ter consciência de que o futuro será diferente e que a mudança não irá acontecer espontaneamente, teremos de ser nós a prepará-la.
Muita gente já fala de uma nova economia, muitas vezes ainda não existe a ideia clara de como irá ser, sabe-se mais como “não poderá ser,” , há que alterar modos de vida, voltar a dar importância ao que é local, reduzir consumos, evitar desperdícios, melhorar a eficiência dos recursos, em particular da energia.
O conceito de transição está subjacente a esta mudança, as comunidades serão o suporte dessa transição, nada se poderá fazer individualmente, é pois preciso preparar essa mudança e esse é o objectivo central do nosso projecto.
S Pedro é o local ideal: pouca população um largo território, ainda não tem industrias poluentes,
Rejuvenescer o tecido humano, esta é a tarefa prioritária
Hoje não existe mais mocidade, as escolas fecham, aparecem os lares, numa palavra as aldeias estão a morrer. Precisamos de inverter esta tendencia e não podemos esperar muito. Um dia, irão também faltar os velhos para encher os lares...
Luís Q
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