Desenho do Gustavo Lourenço Marques
No tempo da minha infância, nas aldeias da Beira Raia, quando chegavam os primeiros calores da Primavera e nos campos floresciam as árvores e germinavam as sementes, nas tardes de domingo ou nos dias de festa, jogava-se o ferro. O jogo do ferro, que consistia no lançamento de uma barra de ferro com cerca de um metro, era um jogo viril, era um jogo de homens, assim como o jogo do cântaro ou a “chiquinita” era um jogo de mulheres
A jogar o ferro defrontavam-se entre si as aldeias da região; os nomes dos vencedores passavam de boca em boca, eram conhecidos e comentados. O meu tio Luís Queirós e o Zé Forneiro de S. Pedro, os irmãos Valente, de Vale de Coelha são nomes que muitos ainda hoje recordam.
Jogava-se o ferro em três trances: "à da quietos", "à da salidos", "à da por cima".
O clube tradição da associação Rio Vivo vai estimular a renovação deste jogo no concelho de Almeida.Já arranjámos um ferro que pesa 1,5 kg; pertence ao Vitó de Almeida que tinha um guardado. Vamos agora mandar fazer uns quantos exemplares para o pessoal se ir treinando.
Em Junho, vamos fazer o primeiro campeonato experimental em S. Pedro. A ideia é, depois, envolver a Câmara de Almeida e fazer um campeonato concelhio "às Portas de Almeida" parafraseando o título de um livro de José Abrunhosa.
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