Nos dias de hoje, os jovens vivem na incerteza do emprego, os velhos na solidão dos lares, o modo de viver tradicional está destruído, e não se advinha outro que o venha substituir. Viver à custa da segurança social, do fundo de desemprego, dos subsídios do Orçamento do Estado ou dos fundos da CE não é solução sustentável.
Começa a bulir em muitos de nós uma angustiante sensação de que o modo de vida da nossa geração caracterizado pela civilização da abundância e do desperdício -- em que os frangos deixaram de vir do galinheiro para passar a vir do supermercado!-- estará prestes a chegar ao fim. Será que estamos preparados para isso?
No meio de tantos outros concelhos do nosso interior rural, Almeida é um concelho que está exposto a um futuro incerto. Não tem população, não tem recursos energéticos, tem pouca terra arável e de fraca qualidade, tem um clima agreste e muito pode sofrer numa eventual situação de crise. É certo que tem história, tem ar puro, mas só isso é muito pouco!
Mas não serei pessimista ou derrotista; o homem sempre soube ultrapassar dificuldades. Aqueles homens que há alguns (poucos) milhares de anos deixaram gravadas imagens nos xistos do Côa, povoaram com sucesso estas terras. Também nós, no futuro , sejam quais forem as dificuldades, havemos de ser capazes de retirar da terra o sustento e viver em harmonia com a Terra-Mãe.
Mas as maiores ameaças, no futuro, pairam sobre os grandes aglomerados urbanos e os seus tristonhos subúrbios que são “sítio nenhum” de onde só se pode fugir quando os alimentos escassearem e os depósitos dos automóveis ficarem irremediavelmente vazios.
Nessa trágica eventualidade, terras como S. Pedro do Rio Seco serão, outra vez, terras de regresso e até terras refúgio...
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