sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Bungaló de palha na horta do Salgueiral

Talvez falte ainda um pequeno remate. Mas a chuva e o Inverno já não são problema.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Obsolescência programada

Sobre esta e outras questões correlativas (crescimento contínuo, consumismo adictivo, destruição ambiental em terra alheia, etc) podes informar-te aqui.

domingo, 7 de agosto de 2011

2º Congresso

Desta vez foi tudo diferente do ano passado, embora não faltassem as curvas exponenciais.

O capítulo mais sonoro deste 2º congresso foi a homenagem a Eduardo Lourenço, nado e criado aqui ao lado.

À tarde, para ouvir os oradores, o pavilhão rebentou pelas costuras (algumas bem bonitas, por sinal),

cheio de figuras e de vultos.

As ruas de S. Pedro presenciaram

o que dificilmente voltarão a ver.

Mas foi sobretudo de manhã

que se falou das delícias do mundo em que vivemos, e das suas curvas fatais.

A assistência deixou algo a desejar.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Caminhada da Escola Viva

Se não pudeste participar... podes roer as unhas AQUI!

A horta do Salgueiral

É o primeiro ano dos trabalhos de recuperação do solo, muito húmido até finais da Primavera.
Daí a utilização de camas elevadas pela equipa do Prémio Riba-Côa 2010, o Zé e o Tiago.
Um pequeno charco alberga rãs e insectos, e flora adequada.

Ao lado um bouquet de flores, com um nome a deixar aqui, quando o souber.

As primeiras camas já começam a produzir: courgetes, couves, tomates...

... batatas, abóboras, mais couves...

cebolas, beterrabas roxas, mais tomates...

A estufa com os alfobres, o depósito da água, os primeiros resultados deste ano...

E ao fundo as novas camas já lavradas, e mais palhas, e a área de expansão dos trabalhos.

Esta geringonça de vimes já amparou as ervilhas. Que vieram e já foram.

sábado, 25 de junho de 2011

Workshop dos feltros e das cores

Na Escola Viva, com o mestre Chichorro e a Graça. E um grupo maior que este de esforçadas aprendizas.

terça-feira, 21 de junho de 2011

2º CONGRESSO DA ASSOCIAÇÃO RIO VIVO

TEMA: OS CAMINHOS DO FUTURO

Data: 6 e 7 de Agosto de 2011

Local: Pavilhão multiusos de S. Pedro do Rio Seco

PROGRAMA

VER AQUI!

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Transitando...


Em S. Pedro do Rio Seco, aos poucos, vão-se desbravando e trilhando os caminhos da transição. Já entregámos na Câmara de Almeida, para aprovação, o projecto de arquitectura da recuperação da Casa do Chorro, a primeira que a Rio Vivo escolheu para servir de modelo de reconstrução de casas tradicionais da aldeia. É uma casa que se destinará a albergar a gente jovem que queremos trazer para a aldeia, os novos povoadores, como já lhes chamam.

Na reconstrução da Casa do Chorro vamos aproveitar as paredes exteriores em granito, e nas paredes interiores vamos utilizar os materiais e as técnicas tradicionais. Vamos utilizar o barro ou a terra crua.  Foi uma sorte termos assistido, aqui há uns meses atrás, à palestra, promovida pelo grupo de Transição da ART,  proferida pela  arquitecta Vera Schmidberger, e que nos alertou para estas técnicas construtivas.

Por causa disso, e por que estávamos a tempo, mudámos os planos da reconstrução. O arquitecto Ferreira de Almeida que tinha o projecto já finalizado, aceitou de bom grado adaptá-lo aos novos materiais,  e está agora perfeitamente sintonizado com a opção escolhida. O António André já foi ao "Caminho da Junça" e ao "Alto de Carapito" recolher amostras da terra argilosa que as Oficinas da Terra Crua vão analisar. Depois, na altura do tempo quente,  havemos de construir os adobes e secá-los ao sol.

O Zé e o Tiago, vencedores do prémio Riba Coa, andam ocupados a desbravar o terreno do Salgueiral onde desenvolvem  a permacultura; O Filipe Vilhena e o Tó Pigas, sempre que podem, aparecem para ajudar. Já estão construídas as “camas” para as culturas, a estufa já tem germinadores, as árvores de fruto já mostram os primeiros rebentos.

Na Asta, que é uma associação que vale a pena conhecer, fomos ouvir falar de agricultura social. A quinta da Asta já produz, o entusiasmo não falta, e os produtos da terra já ajudam a compor o orçamento da Associação.

Na Cabreira, localidade onde fica a Asta, conhecemos o António e a Regina que abraçaram a profissão de pastores e já tratam de 300 ovelhas. Mas são muitos os problemas que têm de enfrentar: custos a crescer, crédito cada vez mais caro e difícil. E o escoamento dos produtos sempre na dependência dos compradores. Pagaram pela tosquia, mas não conseguem recuperar este custo com a venda da lã. Estas iniciativas têm de ser acarinhadas, elas são o caminho certo para o futuro, e nós, na Rio Vivo, tudo faremos para as apoiar.

Em Almeida, na Câmara Municipal, ficámos a saber que existe na Malhada Sorda uma olaria de barro vermelho, preparada para trabalhar e que só espera os oleiros para começar a laborar. Eu ainda me recordo, no tempo da minha infância em S. Pedro, dos cântaros da Malhada Sorda, que estavam no basal da cozinha e onde se guardava a água da casa. Vai ser feita uma visita ao local, e a ideia é estudar a viabilidade desta unidade. Depois, procurar e trazer os oleiros para trabalhar. Mais uma vez, a Rio Vivo vai empenhar-se no processo.

A Paula está empenhada em relançar, em S. Pedro, o ciclo do linho. Os mais velhos ainda se lembram das tarefas desta actividade: colheita, a molha na ribeira, a espadeirada, a cardação, a fiação, a tecelagem. Estender um dia, sobre a mesa da refeição, uma toalha de linho produzido, fiado e tecido em S. Pedro, é um sonho possível.

E a Escola continua viva. A Caetana cativou miúdos e graúdos.
Em S. Pedro, vamos transitando...

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Escola Viva


A Escola Viva nasce da oportunidade de fazer renascer a escola em S. Pedro do Rio Seco. A escola primária está fechada porque o número de crianças existentes na freguesia não é suficiente para manter uma escola aberta. Mas a escola pode, e deve, continuar aberta, viva, com actividades para as pessoas que vivem em S. Pedro do Rio Seco e arredores. E muitas são as ideias do que se poderá fazer na escola.Por isso, apresento um projecto que tem como objectivo desenvolver na escola um espaço de convívio, de aprendizagem e de lazer para os residentes da freguesia e para quem queira participar/usufruir dela.
A escola
A escola é um espaço muito agradável e acolhedor. Tem um jardim, um parque infantil, 2 casas de banho, uma sala de aulas onde podemos encontrar mais de 20 mesas e cadeiras, um quadro negro, aquecimento (salamandra e aquecedor eléctrico) e armários.
Este espaço pode ser utilizado de imediato, no entanto seria bom fazer, além de uma boa limpeza, alguns arranjos, principalmente nas casas de banho que estão um pouco degradadas e também no hall que lhes dá acesso. Uma ideia pode ser a de colocar uma porta de vidro a fechar esse hall junto às casas de banho, por forma a proteger do frio e do vento e a não tirar a luz natural que tem.
Temos que ter em atenção o quadro eléctrico. Será que tem potência para ligar as luzes, um aquecedor e vários computadores? Temos que rever a salamandra e o processo de aquecimento (vi que está a entrar água perto da salamandra).  O Hall de entrada da escola também deveria ser aquecido para desenvolvermos actividades nesse local, poderia ser mais uma sala de trabalhos, para já ou para mais tarde.É necessário, mais tarde arranjar armários para guardar materiais utilizados nas diversas actividades. Há ainda que tratar do jardim, quem sabe uma actividade a desenvolver na escola.

O que fazer na Escola Viva?
O Objectivo da Escola Viva é ser um espaço de convívio, de aprendizagem e de lazer para os residentes da freguesia e para quem queira participar/usufruir dela.É um espaço que pode estar ocupado com actividades o nº de horas por dia que se pretenda. Para já, o objectivo é que a escola esteja aberta todos os dias da parte da tarde, e em cada dia da semana deverá haver uma actividade diferente.

Actividades regulares a desenvolver:
- Artes - barro e/ou pintura ou outras...
- Informática
- Ginástica
- Grupo musical - Canto (coro), instrumentos musicais, dança, teatro...
- Trabalhos manuais – crochet, tricot, bordados, tear, costura, etc...
- Guitarra
- Jardinagem/horticultura
Estas actividades, uma ou duas por dia (no caso de uma ser desenvolvida dentro da sala e outra no exterior), deverão decorrer entre as 14 horas e as 17 horas.
Poderão participar delas homens, mulheres, jovens e crianças, que tenham interesse e disponibilidade. Haverá um professor /animador para cada actividade.
Para que tudo isto funcione na mesma sala, esta tem que ser polivalente, ou seja, a disposição dos móveis terá que ser adaptada a cada actividade: um dia é necessário que saiam todas as mesas e cadeiras do centro da sala (para fazer ginástica); noutros dias é preciso juntar todas as mesas no centro da sala, (para as artes e trabalhos manuais); noutro dia é preciso haver apenas cadeiras no centro da sala (guitarra), etc ...
Haverá ainda espaço para desenvolver workshops nos mais diversos temas que tenham interesse para a população local ou a outras pessoas:
- Apicultura
- Poda das árvores
- Como fazer sabão através de óleos usados
- Sessões de cinema/leitura de jornais/revistas ou livros com debate sobre os mesmos no final.
- etc...
Com o tempo poderá fazer-se um levantamento de temas que as pessoas gostariam que fossem desenvolvidos em Workshops.


- Artes - barro e/ou pintura
 ..."Gosto muito de pintar. Quando me concentro e começo a pintar, parece que entro num mundo diferente. As imagens vão surgindo na minha mente e eu vou pintando. A pintura tem que vir de dentro, do interior de cada um”...
A prática artística tem-se mostrado relevante para proporcionar maior riqueza interior,vitalidade e qualidade de vida. A experiência em arte é capaz de engrandecer toda e qualquer prática da vida humana.
No trabalho criador o indivíduo utiliza e aperfeiçoa processos que desenvolvem a observação, a percepção, a imaginação, o raciocínio e o controle da motricidade ampla e fina.
No processo de aprendizagem e criatividade o ser humano deve procurar conhecer as suas emoções, libertar-se das tensões, ajustar-se, organizar o pensamento, sentimentos, sensações e formar até mesmo hábitos de trabalho, enfim educar-se e incluir-se no meio social
A inclusão da arte na nossa escola, tem também como objectivo contribuir de forma significativa no processo de criação pessoal dos envolvidos e no papel que cada um desempenha na cultura e na sociedade actual.
Trabalhar com barro ou pintar, é fácil e muito criativo, podemos fazer trabalhos dos mais fáceis aos mais elaborados.

Para desenvolver estas actividades é necessário :
- 1 professor
-. Barro:
- Barro
- Alguidares
- Espátulas
- Rolo da massa
- Tintas
- Pincéis
- 1 forno para cozer o barro ??
- etc...

Pintura:
- Papel
- Telas
- Lápis
- Borrachas
- Tintas
- Pincéis, Etc...


- Informática
...“Comecei por mexer no computador, coisa que eu não sabia. Depois a Internet, um curso que me deu muito interesse, sei que é bom para pudermos falar com familiares fora do país e não só e depois vieram o Word, o excell e o Power Point. Gostei de tudo, mas o que gostei mais foi do Word. Aprendi a escrever textos para transmitir aos outros o que sei e o que gostaria de lhes dizer...”
A utilização da informática, nos dias de hoje, é uma forma de manter a actividade física, intelectual e social. É uma forma de comunicação com os que estão fora e também com os que estão próximos e é a possibilidade de estar a par de tudo o que acontece no mundo à distância de 1 clic: ler as notícias do dia, pesquisar sobre um acontecimento, sobre um assunto de interesse para os participantes desta actividade, etc...
Para desenvolver estas actividades é necessário :
- 1 professor
- Computadores
- Écrans
- Ratos
- Teclados
- Webcam
- Microfones
- Internet fixa banda larga (linha telefónica)
- Wireless
- 1 impressora sem fios
É necessário ainda que a rede eléctrica tenha capacidade e que haja fichas eléctricas suficientes.

- Ginástica
A ginástica pode ser a solução na prevenção de doenças e na melhoria da qualidade de vida. Cada vez mais vemos pessoas com vontade de vencer as barreiras impostas pelo avanço da idade.
Mas, para as pessoas com alguma idade, os benefícios duplicam, pois o simples facto de poderem praticar algum tipo de actividade física já melhora e muito a sua qualidade de vida, aumentando a resistência e força muscular que são necessárias para tarefas comuns do dia-a-dia. De uma forma geral, as actividades físicas podem trazer respostas rápidas e eficientes, a doenças como a obesidade, a osteoporose, ligamentos e tendões fracos, diminuição dos reflexos de acção e reacção, diminuição da coordenação motora.
O exercício físico, além de combater a obesidade, o que evita e retarda o surgimento de diabetes, melhora também a capacidade aeróbica (respiração) sendo possível reduzir a perda de massa óssea e em alguns casos recuperá-la. Além de fortalecer os músculos e os ossos, a actividade física ajuda a diminuir os riscos de quedas e de fracturas de fémur e quadril, tão temidas após os 60 anos.
Os exercícios físicos também ajudam a levantar a auto-estima das pessoas, pois elas sentem-se mais bonitas, capazes e independentes, produzindo a agradável sensação de bem-estar, estimulando a resolução de pequenos desafios e consequentemente diminuindo a depressão.
Para desenvolver estas actividades é necessário:
- 1 professor
- Colchões
- Arcos
- Bolas, etc...

- Grupo musical - Canto (coro), dança e instrumentos musicais
Sensibilizar, despertando a musicalidade que há em cada indivíduo é o interesse maior desta actividade ser desenvolvida em grupo e com jovens e adultos. O trabalho em grupo busca equilibrar os interesses pessoais de cada um com a vivência em grupo, surgindo, momentos de expressão artística, improvisação musical e de relações sociais.
Portanto, pode-se dizer que o que ocorre é um trabalho de EXPRESSÃO E VIVÊNCIA MUSICAL individual e em conjunto. A importância de se fazer música em grupo é a troca, tanto de questões práticas e musicais, como de questões como o respeito, doação, integração...unidade.
Aprender a tocar um instrumento por mais simples de tocar que seja, cantar canções conhecidas e aprender novas canções, dançar músicas populares, ou ir mais além desenvolvendo uma peça musical, são algumas das linhas de desenvolvimento desta actividade.

Para desenvolver estas actividades é necessário:
-1 professor
- Instrumentos musicais

- Guitarra
A guitarra é mais uma actividade ligada à música que pode ou não ser dada em separado, dependendo da existência de alunos jovens ou menos jovens que queiram aprender.

- Trabalhos manuais – crochet, tricot, bordados, tear, costura, etc...
“Alegrar as tardes e reforçar os laços de união” - Este é o objectivo desta actividade a desenvolver na escola Viva.Fazer crochet, tricot, bordados, costura, ou outra arte manual sozinha em casa ou fazer fora de casa, em grupo, faz a diferença.
Um encontro de pessoas à volta de uma mesa, onde cada uma desenvolve a sua arte, sozinha ou em grupo, ou até num trabalho único com um objectivo comum, onde conversam, ouvem música, lêem um conto, conversam sobre um tema actual do interesse dos presentes, ... desenvolvem a sua criatividade, as relações socias, fazendo o que mais gostam.
No final apresentam os seus trabalhos à comunidade mais alargada, fazem uma exposição, uma venda, quem sabe?
Para desenvolver estas actividades é necessário :
-1 animador
- Materiais para trabalhar (podem levar de casa ou arranjar-se na escola para todas)
- Uma máquina de costura?

- Jardinagem/horticultura
A jardinagem/horticultura traz muitos benefícios à saúde. Reduz o stresse e é terapêutico.
A jardinagem/horticultura praticada de forma habitual é bastante recomendada e utilizada na reabilitação de pacientes com problemas de socialização, deficiências físicas, hipertensos e até mesmo pessoas com problemas mentais.
Diversos estudos científicos comprovam os efeitos benéficos da jardinagem/horticultura sobre a saúde. Reduz a pressão arterial e stresse, ajuda a regular o funcionamento do coração, relaxa os músculos, revitaliza a energia e acima de tudo oferece uma nova perspectiva sobre as coisas e a vida.
O ato de cuidar do jardim ou da horta por si só traz muitos benefícios físicos ao corpo. Andar, abaixar, levantar, cavar, enterrar, dentre outras inúmeras acções, queima muitas calorias. A jardinagem aumenta a flexibilidade a reforça as articulações do corpo.
Ensinar e aprender como cuidar de um jardim ou de uma horta, ou simplesmente fazê-lo porque se gosta. Desenvolver uma tarefa em conjunto, ter o prazer de manter o jardim ou a horta da escola arranjados e bonitos com a ajuda de muitos, trazer as crianças e jovens a colaborar, são alguns dos objectivos da jardinagem na Escola Viva
Para desenvolver estas actividades é necessário :
-1 professor
- materiais para trabalhar

Conclusão
Por fim e porque é comum a todas as actividades, é preciso boa vontade, animação, alegria, boa disposição e muita criatividade.É necessário haver temas para desenvolver, temas que façam com que as pessoas se envolvam, em conjunto, por boas causas. Que não haja tempos mortos, silêncios. Que haja música, animação e boa disposição.Que se arranje um rádio e um leitor de dvs para se ouvir música e um écran para se verem uns filmes e ainda livros e jornais/revistas para se fazerem sessões de leitura e debates de temas actuais e importantes para o mundo de hoje.

VIVA a Escola VIVA !!!!!!

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Prémio Ribacôa 2010-2011 - distingue projecto de permacultura para S. Pedro de Rio Seco

Fvp dinamiza um dos concelhos mais pobres do País
O Prémio Ribacôa 2010/2011 distinguiu o projecto “Um Novo Rumo para S. Pedro do Rio Seco”, de Caetana Serôdio, licenciada em História da Arte, José Lambuça, licenciado em Biologia ambiental Terrestre e Tiago Silva, licenciado em Biologia e com mestrado em Ecologia e gestão ambiental, baseado nos princípios da permacultura e que pretende colocar S. Pedro do Rio Seco como referência regional de produtos alimentares (hortícolas e frutícolas) de qualidade, produzidos e distribuídos localmente, numa óptica de sustentabilidade e respeito pela natureza.

Caetana Serôdio
A atribuição do prémio, no valor monetário de 11 mil Euros, destinado à concretização e atribuído ao longo do seu desenvolvimento e implementação, foi deliberada no dia 22 de Novembro, numa cerimónia em que estiveram presentes Luis Queirós, presidente do júri do Prémio e da Fundação Vox Populi (Fvp), José Alberto Morgado, em representação da Câmara de Almeida, Manuel Alcino Fernandes, em representação da Associação Rio Vivo, Maria José Diniz da Fonseca, em representação da ASTA e Telmo Cunha, em representação da Associação dos Amigos de Almeida.

José Lambuça
O projecto alia práticas agrícolas tradicionais com ideias inovadoras, proporcionando o desenvolvimento integrado da propriedade rural de forma viável e segura para o agricultor, e prevê a plantação de uma horta orgânica, um pomar/bosque alimentar, um viveiro de plantas autóctones e uma estufa. Com os produtos produzidos pretende-se a médio/longo prazo suplantar as necessidades básicas alimentares de hortícolas e frutícolas da população da aldeia e, eventualmente, de comunidades vizinhas.

Tiago Silva
O trabalho tem o seu início já em Dezembro, com o reconhecimento da aldeia e zona envolvente, seguindo-se a análise da meteorologia agrícola regional e inventário vegetal das espécies adaptadas ao clima, a construção da estufa, o tratamento e preparação do solo, as plantações das diversas espécies adequadas a cada mês e respectiva manutenção, e, finalmente, a colheita de Verão e a plantação de inverno.

Luís Queirós, Presidente da Fundação Vox Populi e membro do júri, enfatiza que é “urgente trazer os jovens para os concelhos mais pobres, despovoados e envelhecidos. Este Prémio foi pensado para os estimular e impulsionar a criarem projectos que os façam conhecer, respeitar e valorizar o desenvolvimento sustentável dessas localidades.”

Além do primeiro prémio, a Fvp dispõe-se ainda apoiar mais dois projectos que estiveram a concurso, com a quantia de cinco mil euros a cada, se a Associação dos Amigos de Almeida e a Câmara de Almeida apoiarem com semelhante verba. São eles a “Flora Autóctone Portuguesa - Produção em viveiro para utilização florestal e ornamental" e a “Estrutura Ecológica Municipal do Concelho de Almeida - Soluções inovadoras no domínio do planeamento e design de paisagens rurais e urbanas do município”.

Criado em 2009, o Prémio Prémio Ribacôa, sob o tema “A Caminho da Transição”, premeia candidaturas dedicados a incentivar a implementação de projectos de desenvolvimento sustentável no concelho de Almeida, um dos concelhos mais pobres do país.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

sábado, 11 de setembro de 2010

Sede

Tudo começa por ter um lugar no mundo, onde vai ganhando corpo e substância. Assim é com a Rio Vivo.
Este lugar já foi um quartel da guarda, num tempo em que ir ao pão era afrontar as leis. Hoje é a sede da nossa Associação em S. Pedro do Rio Seco.
Cá fora tem um vasto logradouro, com duas tílias, uma oliveira, e um freixo com saudades da ribeira. E uma pereira que dá pêras com pito, e faz lembrar a horta que já houve.
Mas agora torna a haver.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Finale

Faltava ouvir o Presidente da Associação Rio Vivo, na palestra final sobre este nosso "tempo de mudança". Este era afinal o cerne da questão e o motivo central deste Congresso.
Era tempo de encerrar as actividades, com um momento de cultura, prazer e distensão. Fizeram-no a Julieta e o Jorge Ribeiro, com o encanto comovedor da sua música.

Sétimo andamento

Às 16 horas abriu a exposição de fotografias dos anos 50 e 60, com rostos e motivos de S. Pedro. Famílias, grupos e cenas da vida antiga, onde os sampedrenses puderam rever-se.
E seguiu-se o momento mais emotivo da jornada: a apresentação das Memórias dum homem bom de S. Pedro, que todos conheceram.
Depois de explicada a génese dos textos, em que uma neta ofereceu ao avô um caderninho em branco, para ele escrever as recordações da sua vida, foi feita a leitura duma página. 2. Fazer Pela Vida
Naquele tempo não havia dinheiro para comprar nada, nem peixe, carnes ou frutas, comia-se o que produziam os campos. Se o ano vinha bom havia que economizar, mas se o ano era mau alguns perdiam a vergonha e mendigavam, e outros até roubavam. Muitos que eu conheço lá se criaram deste modo, e agora suspeito que já não se lembram. Porque agora tudo é diferente.
A ementa diária era, quase sempre, um caldo feito de batatas, cebola e couve, acompanhado de pão centeio muito escuro. Recordo-me de comer este caldo numa tigela, feita de um barro espanhol muito avermelhado, a que nós chamávamos caçoilo.
Algumas vezes fritava-se um pouco de toucinho de porco a que chamávamos chicharros. Esmagávamos as batatas cozidas na banha derretida do toucinho, e isso já era considerado um grande petisco.
No Verão, com umas caixas em cima de um burro, vinha, de vez em quando, um comerciante vender sardinhas. A nossa mãe comprava duas sardinhas, as quais, a dividir por quatro, meia sardinha para cada um, era o que nos calhava nesse dia.
Um ovo estrelado comia-se raramente; na primavera, quando as galinhas punham mais, iam-se vender os ovos no mercado do dia 8, em Almeida, ou a Espanha.
Frutas havia no Verão com fartura: figos, abrunhos, maçãs e peras. Havia uns abrunhos selvagens a que chamávamos "cagoiços" por provocarem frequentes diarreias. Bananas, vi-as eu pela primeira vez, já adulto, em Lisboa, e laranjas eram uma raridade.
E não desprezávamos os frutos e as ervas silvestres: as bolotas de azinheira (que a ti Luzia trazia de Espanha à espera de receber, em troca, um punhado de batatas), assadas, eram bem boas. Comiam-se as azedas que cresciam nos prados e as meruges nos regatos. Havia as amoras das silveiras das quais guardo uma indelével recordação: foi uma vez que eu subi a um muro de pedras soltas para as colher, e, qual a minha surpresa, o muro caiu, e eu sobre ele. As pedras marcaram-me para sempre o rosto com uma cicatriz. Nunca mais me esqueci do local, foi na Caleja do Ribeiro, e às vezes ainda me revejo a repor as pedras, e reparo numa delas que era muito arredondada, e julgo que foi essa a que me marcou.

Sexto andamento


Foi quando o Falcão destapou a panela e uma dúzia de mulheres de S. Pedro reeditaram o milagre conhecido. Mataram a fome aos 160 congressistas com um rancho que deixou saudades.
Ainda aqui perpassou na multidão a mesma dúvida intranquila: falta o pão! Mas não faltou pão nem vinho.