terça-feira, 27 de abril de 2010

Prémio Ribacôa 2010

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A Fundação Vox Populi, com o apoio da Associação Rio Vivo, acaba de lançar a 2ª edição do Prémio Ribacôa (2010), este ano claramente enfocado para premiar um Projecto concretizável de empreendedorismo no Concelho de Almeida, de preferência na Freguesia de S. Pedro de Rio Seco.

A Fundação convida a todos os interessados a candidatarem-se ao Prémio Ribacôa que nesta edição tem o tema:
“A Caminho da Transição”.

Contexto:
Torna-se urgente desenvolver e implementar projectos que sirvam para recuperar um concelho, uma freguesia envelhecida e sem perspectives de futuro. O objectivo é apoiar projectos que insiram nos seguintes princípios:
- Respeito pela natureza,
- Moderação na utilização dos recursos,
- Respeito pelos valores tradicionais,
- Valorização da produção local.

Prémio:
Podem concorrer ao prémio novos projectos, ou projectos já iniciados cujos autores pretendam continuar a desenvolvê-los.
À candidatura seleccionada será atribuído um prémio pecuniário de 1.000 Euros
Além disso o candidato seleccionado receberá um subsídio de 10.000 Euros a atribuir ao longo do periodo de desenvolvimento e implementação do projecto mediante a assinatura de um contrato com a Fundação Vox Populi.

Entidades que apoiam o prémio
• Câmara Municipal de Almeida
• Associação dos Amigos de Almeida
• Associação Rio Vivo
• Associação Sócio Terapêutica de Almeida

Para mais esclarecimentos consultar o regulamento em www.fvp.pt ou contactar a Fundação Vox Populi - Email geral@fvp.pt

quinta-feira, 15 de abril de 2010

O Jogo do ferro


Desenho do Gustavo Lourenço Marques

No tempo da minha infância, nas aldeias da Beira Raia, quando chegavam os primeiros calores da Primavera e nos campos floresciam as árvores e germinavam as sementes, nas tardes de domingo ou nos dias de festa, jogava-se o ferro. O jogo do ferro, que consistia no lançamento de uma barra de ferro com cerca de um metro, era um jogo viril, era um jogo de homens, assim como o jogo do cântaro ou a “chiquinita” era um jogo de mulheres

A jogar o ferro defrontavam-se entre si as aldeias da região; os nomes dos vencedores passavam de boca em boca, eram conhecidos e comentados. O meu tio Luís Queirós e o Zé Forneiro de S. Pedro, os irmãos Valente, de Vale de Coelha são nomes que muitos ainda hoje recordam.

Jogava-se o ferro em três trances: "à da quietos", "à da salidos", "à da por cima".

O clube tradição da associação Rio Vivo vai estimular a renovação deste jogo no concelho de Almeida.Já arranjámos um ferro que pesa 1,5 kg; pertence ao Vitó de Almeida que tinha um guardado. Vamos agora mandar fazer uns quantos exemplares para o pessoal se ir treinando.

Em Junho, vamos fazer o primeiro campeonato experimental em S. Pedro. A ideia é, depois, envolver a Câmara de Almeida e fazer um campeonato concelhio "às Portas de Almeida" parafraseando o título de um livro de José Abrunhosa.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Colóquio em Pombal

No passado dia 10 de Abril teve lugar em Pombal um colóquio sobre a Transição para uma Economia e Cultura pós-Carbono.
Tratava-se de observar o estado da arte, analisando os múltiplos aspectos e impasses que caracterizam a periclitante situação em que se encontram as colectividades humanas e o equilíbrio do planeta. Solicitada a dar colaboração e patrocínio ao evento, a Associação Rio Vivo não se poupou a esforços e marcou presença muito significativa.
Depois da abertura introdutória, a cargo do anfitrião João Leitão e do presidente da Rio Vivo, teve lugar a primeira intervenção, a cargo de Vítor Rodrigues, psicólogo social. “Quem somos – Valores e Crenças” era o mote. O palestrante fez a caracterização das sociedades humanas face à necessidade de mudança: atitudes e comportamentos, crenças e valores; o ter e o ser; a obsolescência planeada que exacerba o consumo; a manipulação da informação, a alienação e a falta de consciência social.
A segunda palestra – dedicada aos limites do crescimento, situação energética e alterações climáticas – esteve a cargo de Luís Queirós (crise global e oportunidade de transição); de Tomás Marques (crise múltipla e impasses duma sociedade complexa); de Luís de Sousa, que fez o ponto da situação relativamente à energia e ao pico do petróleo; e de Luísa Schmidt, que abordou o modo como os media transmitem a “crise”, e como os cidadãos se relacionam com o problema; o efeito final é a escassa consciência, o alheamento e a resistência à mudança de comportamentos e rotinas.
A terceira intervenção, a cargo de David Avelar e Sérgio e Carmen Maraschin, ocupou-se da Permacultura e da experiência inglesa de Totnes.
Por fim foi apresentada uma longa série de práticas em curso, relativas à Transição em Portugal. Paula Queirós expôs, de forma discreta e eficaz, a experiência da Rio Vivo, com os seus ensaios, planos e realizações.
Foi um colóquio útil e profícuo. Mesmo naqueles casos em que se respirou algum afastamento da realidade, algum utopismo individualista, algum proselitismo iluminado, algum aroma a falhanço prometido. É que as experiências menos boas também ensinam, e só andando se faz o caminho.