quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Dia 31 estarei presente de coração

Venho confirmar a minha não presença na reunião de 31. Digo ”não presença”porque não estarei ausente. Estarei de coração com todos os presentes e ausentes que não podem marcar presença. Devo estar ausente de S. Pedro até Janeiro.
Aproveito para enviar uma pequena colaboração, com duas ou três sugestões.
António André


Algumas ideias que podem ajudar a implementar o projecto.

1 – Não será possível reformular um pouco o site da Associação, de modo a dar-lhe um novo grafismo, facilitar a pesquisa e permitir a inserção mais fácil de fotografias? (O último “post” do Amândio ficou menos rico sem as fotografias).
2 – No que diz respeito ao Clube “Rio Fábrica”. Reinventar a indústria artesanal. (Tecelagem, cobertores de papa, linho, ferro forjado, marcenaria…), parece-me que se devia começar por uma oficina de marcenaria onde se começassem a recuperar alguns apetrechos tradicionais (brendos, ancinhos, alqueires, jugos, …) com o objectivo da criação de um museu. (O Paulo Teles pode dar uma boa ajuda). Esta oficina transformar-se-ia aos poucos em oficina multidisciplinar de modo a servir o Clube “Rio-sol”, no âmbito de pequenos consertos em portas, janelas, cadeiras, …, pequenas reparações eléctricas, etc, nas casas dos idosos.
3 - Clube “Rio natura”. Estamos numa época em que os cogumelos começam a aparecer. Que tal a organização de um “passeio micológico”
4 - Clube “Rio Jovem”. Será que os jovens de S. Pedro não se interessarão por corridas de carros de rolamentos (há vários sites com “Regulamentos de Corridas” e outros que os ensinam a construir na Net.
5 – Clube “Rio energia”. Uma das minhas deslocações em trabalho calhou ser a Hamburgo. Num dos meus passeios pela cidade fui ter a um parque onde apreciei toda uma estrutura onde os jovens se entretinham em brincadeiras com água: faziam pequenas represas, aprendiam como funciona uma reclusa fazendo subir os seus pequenos barcos de casca de pinho da “foz até à nascente”, brincavam com pequenas azenhas e faziam toda uma série de experiências que é possível fazer com água, sem terem necessidade de se sujar com a lama dos regatos como nós tinhamos. Já há muito que a Junta de Freguesia pensa alindar o local do Calvário. Um projecto bem pensado, bem discutido por técnicos de jardinagem, poderia transformar, sem impedir o acesso à Procissão dos Passos, aquele local símbolo de sofrimento e dor em local símbolo de vida e alegria.

Ideias soltas

Aqui vai um “brain-storming” onde elenco, sob a forma de notas soltas, as áreas possíveis de actuação. São ideias de base para serem desenvolvidas nos próximos seis meses. São, afinal, ideias para a transição.

a) Clube “Rio Natura”. A fauna a flora, a ligação à terra.

b) Unidades de produção “Rio Coop” . Produzir é essencial. Hortas. Cooperativas. Há muita coisa a fazer. Não excluir a possibilidade de adquirir terrenos.

c) Clube “Rio Velho”. Recuperar as tradições, aprender as lições do passado. Fazer a ligação a S.Pedro. à gente de S. Pedro.

d) Clube Rio-Festa. Clube de animação arte e cultura. Sem festa não há Associação. Pensar em Agosto, nos emigrantes, etc…

e) “Rio Fabrica”. Reinventar a industria artesanal. (Tecelegem, cobertores de papa, linho, ferro forjado, marcenaria…)

f) Clube “Rio Jovem”. Envolver os jovens, estimular a sua criatividade.

g) “Rio-sol”. Clube da solidariedade social, olhar para os velhos e carenciados

h) “Rio energia”. A energia, a eficiência energética.

i) Etc…

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Simplesmente uma ideia

Introdução
S. Pedro do Rio Seco é, actualmente, uma aldeia com poucos habitantes e com média etária elevada o que significa que os jovens foram procurando outras paragens que respondessem aos anseios num movimento migratório que vem de há muito anos.
O livro “S. Pedro do Rio Seco - Contribuição para uma Monografia” de José da Fonseca Ramos, no Cap. IV “O Crescimento da nossa Terra – Evolução da População” dá-nos conta dessa evolução numérica ao longo da história documentada.
Por essa obra ficamos a saber que S. Pedro foi, durante muitos anos, a freguesia mais populosa do concelho (falamos do concelho de Castelo Bom ao qual S. Pedro pertenceu até ao ano de 1834) e que a construção da linha férrea até Vilar formoso passando também por Freineda rapidamente alterou o número de habitantes a favor destas duas freguesias. O incremento da oferta de trabalho e comércio que este facto trouxe bastou para fixar mais pessoas.

A agricultura representou, desde sempre, a principal actividade das populações das aldeias do interior como S. Pedro. Havia outras como sapateiro, barbeiro, carpinteiro, moleiro…, que não dispensavam a simultaneidade da actividade agrícola necessária como complemento de subsistência. O contrabando para o país vizinho, aproveitando o factor vizinhança, também trazia algumas benesses.
A fraca produtividade agrícola, devido à pobreza dos solos por um lado e à sempre ausente reestruturação fundiária por outro, com os terrenos, de geração em geração, sucessivamente divididos, não trazia a resposta que as famílias ansiavam.
O movimento migratório foi a resposta natural. Primeiro para as Américas, África e Europa depois. Os grandes centros urbanos do continente iam acolhendo também muitos jovens..
E por esta rampa foi escorregando a população de S. Pedro!

Recentemente, falo num intervalo de poucos anos, algumas iniciativas puseram esta rampa menos inclinada: O Centro Social, alguns melhoramentos como jardinagem e arborização, arruamentos, a construção da ETAR, aquisição de máquinas em associação com outras freguesias do concelho, a dotação recente do importante pavilhão polivalente, etc., têm dado emprego que, para uma pequena freguesia como S. Pedro, tem tradução importante na fixação das pessoas.
Por outro lado, melhores meios de comunicação (o automóvel tornou-se um meio de transporte mais acessível), deixaram as pequenas aldeias como S. Pedro menos isoladas e permite à população activa conseguir empregos noutras terras regressando à aldeia no fim do dia de trabalho.
A agricultura perdeu a importância que tinha e é, actualmente, uma actividade com grandes dificuldades. A construção civil, alguns empregos na pequena indústria e serviços completam as actividades que dão ocupação.

S. Pedro do Rio Seco sempre foi uma aldeia bonita e harmoniosa, mesmo tirando a avaliação suspeita de quem nela nasceu. É também a opinião de muitas pessoas que a visitam e que sem favor assim a classificam. A mais valia que foi adquirindo com algumas obras recentes da iniciativa da Junta de Freguesia e Câmara Municipal tornaram-na ainda mais acolhedora. Aos melhoramentos já referidos acrescentemos também:
- Melhoria das vias de comunicação.
- Instalação de água ao domicílio
- Rede de saneamento e ETAR
- Beneficiação de monumentos (igreja, capela, fonte romana, chafarizes)
- Identificação e sinalização de importantes testemunhos do passado como as sepulturas
antropomórficas, lagar romano e cruzeiros (estes de tipo religioso).
A recuperação de casas por iniciativa dos seus proprietários tem trazido também uma importante valorização à aldeia.

S. Pedro do Rio Seco é, podemos afirmá-lo, uma aldeia bonita, harmoniosa, com condições para acolher quem a queira visitar.

Área rural

Falámos apenas da aldeia dentro dos seus limites urbanos.

Mas S. Pedro tem também uma importante área rural, com uma paisagem atractiva e rica em biodiversidade.
Refiro-me a alguns milhares de hectares de um planalto ligeiramente ondulado com terrenos cerealíferos e pastagens, que a floresta, do tipo pequeno bosque, tem vindo a conquistar mas onde se mantêm largas clareiras que constituem um habitat que dá suporte a vários e importantes nichos ecológicos. A sua área é atravessada por duas linhas de água, o Rio Seco e Ribeira dos Toirões, com caudal de água pouco significativo mas elevada influência ambiental e dinâmica de algumas populações zoológicas e botânicas.
Também a geologia se manifesta com beleza. Há rochedos graníticos, os barrocos, moldados com a beleza que só os elementos souberam fazer com a paciência de milhões de anos. Alguns são mesmo emblemáticos (chamemos-lhes assim) como é o caso do barroco basculante, que com as largas toneladas de peso pode ser oscilado com a força de uma ou duas pessoas! Há também uma área com predominância de quartzo rosado, que de onde em onde se apresenta com bonitos cristais.

Esta área rural é a continuidade geográfica do Parque Natural do Douro Internacional (fica a uma escassa dezena de quilómetros), com características de biodiversidade de igual continuidade.
Vejamos algumas espécies que utilizam este habitat:

1 – Aves

Largas dezenas de espécies de aves nidificam neste território; algumas raras e por isso com classificação apropriada na legislação específica para as aves. É o caso da abetarda, da cegonha negra, do pirolis… Sem a classificação de raras mas que poucas vezes se observam noutras áreas do território nacional e nunca nas zonas urbana como é o caso das cidades, refiram-se, entre outras, os abutres (abutre negro, o grifo, o abutre do Egipto) aves de rapina (milhafre real, milhafre negro, falcão, águias, peneireiros, mochos, corujas, noitibós). Também fazem parte deste habitat algumas com grande beleza das suas penas e por isso não será exagero classificá-las como exóticas. É o caso da poupa, abelharuco, duas subespécies de pica-paus, o papa-figos conhecido localmente como marintéu, o raro e fugidio guarda-rios, o picanço barreto, etc.
O pato-real, galinha de água, a garça-real e as cegonhas, branca e a negra são as aves que na época de reprodução podemos observar garantidamente nas ribeiras e nas charcas.
Quanto a andorinhas podem ser observadas, pelo menos, três subespécies: andorinha dos beirais, a mais comum, andorinha das rochas e a andorinha dáurica esta rara e da qual apenas se conhece um ninho localizado junto à Ribeira dos Toirões.

Foto 1 – Ninho de andorinha dáurica

2 – Mamíferos carnívoros:

Doninha, geneta, toirão, papalva, texugo, gato-bravo, raposa e lontra.
A lontra tem como limite territorial uma altitude à volta dos 750m, atingindo nesta zona esse limite.

3 - Répteis, anfíbios e insectos com destaque especial para algumas espécies raras de escaravelhos.

4 – Animais domésticos:

Vacas, ovelhas, cabras, burros, cavalos, galinhas…

Foto 2 – Gado vacum


Uma visita a S. Pedro do Rio Seco

1 – Vista geral á aldeia com visita da igreja e fonte romana

2 – Passeio rural

Podem ser propostos vários circuitos. Apresenta-se apenas um como exemplo.

Circuito 1

- Início: Junto ao cruzeiro ao Chorro
- 400 m depois: sepulturas antropomórficas.
- Carcidade: local onde provavelmente a aldeia “nasceu”
- 200 m depois virar á direita na direcção do Vale das Devesas onde se podem observar mais sepulturas.
- seguir para Nave Rodrigo até à ponte

Foto 3 – Ponte de nave Rodrigo

- Atravessar a Ribeira e seguir até à raia atravessando uma área onde não é permitido caçar.
- seguir na direcção da “caseta” até à Ponte Pequena na Ribeira dos Toirões.

Foto 4 – Ponte pequena

- regressar pela Salgueirinha, Casa Sola, e novamente Carcidade.

O que pode ser realçado neste circuito:

1 – Sepulturas antropomórficas
2- Formações graníticas, algumas com características curiosas como o rochedo basculante, já mencionado.
3 – Botânica:
carvalho negral
carvalho Cercal (raro nesta zona)
carvalho alvarinho (raro nesta Zona)
freixo
pinheiro bravo
salgueiro
sabugueiro
etc.
Árvores de fruto:
Macieiras, pereiras, cerejeiras, ameixieiras, figueiras, marmeleiros…

Arbustos:
Giesta branca e giesta amarela, rosmaninho, bela luz, tojo, espinheiro…
Hortas: identificar plantas e produtos hortícolas
Foto 5 - Horta

Zoologia:
Aves diversas, dependendo da época do ano
Alguns ninhos:

Foto 6 – Ninho de cotovia; o ovo de cor diferente é de cuco.

Foto 7 – Ninho de pega azul com juvenis(primavera 2009)


Foto 8 – Ninho de perdiz (primavera 2009)



Répteis
Grande variedade de insecto

(os mamíferos carnívoros, por terem uma actividade quase exclusivamente nocturna dificilmente se deixam observar durante o dia exceptuando nas horas crepusculares.

È exigido a não perturbação do meio.

Os circuitos podem ser valorizados com algumas estruturas pouco dispendiosas de que se dão alguns exemplos fotográficos:
foto 9 – Local de observação

Foto 10 – identificação de espécies botânicas. (exemplo típico)

Obras de valorização ambiental

1 – Pequenas represas de água a construir no Rio Seco e Ribeira dos Toirões, aprovadas pelas entidades hidráulicas competentes de forma a garantir, equilíbrio ambiental, que garantam caudais ecológicos e não constituíam barreiras intransponíveis, autênticos garrotes para a vida aquática.

Estas estruturas, a construir a prazo, acrescentariam as seguintes vantagens:
– Dinâmica nas populações aquáticas permitindo um eventual repovoamento com peixes, bivalves de água doce e aves.
- Embelezamento
- suavização do clima

2 – Construção de estruturas de observação se tal se mostrasse necessário.


O circuito aqui “desenhado” que se dirige mais especificamente a pessoas que gostam de “viver” um dia de campo, não é o único objectivo desta modesta ideia. Pode responder também a estudos académicos no âmbito das ciências biológicas, geológicas ou sociais para as quais não falta campo laboratorial.

Conclusão

Nos tempos que correm, é notoriamente crescente o número de pessoas que se sentem bem em contacto com a natureza e por isso se evadem dos grandes centros urbanos onde vivem rodeados de multidões mas quantas vezes bem sós, e procuram, quase sempre em pequenos grupos, lugares rurais, bem longe dos semáforos, do stressante atravessar a rua, das intermináveis filas de automóveis para ir e vir do trabalho, ver o telejornal e telenovela, com repetição no dia seguinte.

E as notícias, em regra, não são boas. Falam do aquecimento global com desaparecimento da calote polar e deixa-nos um pouco perturbados embora pensemos que isso não nos vai tocar a nós quando muito ao vizinho do lado. Vemos cheias e secas onde, dizem, antigamente não havia. Falam-nos da falta de água para consumo, para a agricultura e para produzir electricidade. Olhamos pela janela e perguntamos quanto tempo vai durar o petróleo que alimenta aquela fila de automóveis e a chaminé da fábrica que se vê ao longe.

Há uma crescente onda de preocupação que nos arrasta para a necessidade de mudança, para uma sociedade de transição.

Este pequeno projecto pretende ser o contributo de uma pequena comunidade como é S. Pedro do Rio Seco para responder aquelas pessoas que pretendem evadir-se da cidade, aquelas que querem a mudança, a transição.

AC

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Coisas práticas

Está prevista para o dia 31 de outubro, uma reunião em S.Pedro.
A ideia é apresentar e aprovar o projecto que se vai candidatar ao Prémio Ribacôa, o dia 31 coincide com o último dia do prazo das candidaturas.
Convinha que nessa reunião estivessem mais pessoas para além daquelas que assinaram a declaração. Convidemos pois os nossos amigos, os nossos familiares para estarem presentes. Gente de S. Pedro, mas também gente de fora. As mulheres, a começar pelas nossas, devem ter um papel importante neste projecto, não as deixemos ficar em casa.
Espero que o Manuel Alcino nos arranje um local para reunião.
Começar a reunião às 3 da tarde parece-vos bem?

domingo, 11 de outubro de 2009

Rumo à transição

Nos dias de hoje, os jovens vivem na incerteza do emprego, os velhos na solidão dos lares, o modo de viver tradicional está destruído, e não se advinha outro que o venha substituir. Viver à custa da segurança social, do fundo de desemprego, dos subsídios do Orçamento do Estado ou dos fundos da CE não é solução sustentável.

Começa a bulir em muitos de nós uma angustiante sensação de que o modo de vida da nossa geração caracterizado pela civilização da abundância e do desperdício -- em que os frangos deixaram de vir do galinheiro para passar a vir do supermercado!-- estará prestes a chegar ao fim. Será que estamos preparados para isso?

No meio de tantos outros concelhos do nosso interior rural, Almeida é um concelho que está exposto a um futuro incerto. Não tem população, não tem recursos energéticos, tem pouca terra arável e de fraca qualidade, tem um clima agreste e muito pode sofrer numa eventual situação de crise. É certo que tem história, tem ar puro, mas só isso é muito pouco!

Mas não serei pessimista ou derrotista; o homem sempre soube ultrapassar dificuldades. Aqueles homens que há alguns (poucos) milhares de anos deixaram gravadas imagens nos xistos do Côa, povoaram com sucesso estas terras. Também nós, no futuro , sejam quais forem as dificuldades, havemos de ser capazes de retirar da terra o sustento e viver em harmonia com a Terra-Mãe.

Mas as maiores ameaças, no futuro, pairam sobre os grandes aglomerados urbanos e os seus tristonhos subúrbios que são “sítio nenhum” de onde só se pode fugir quando os alimentos escassearem e os depósitos dos automóveis ficarem irremediavelmente vazios.

Nessa trágica eventualidade, terras como S. Pedro do Rio Seco serão, outra vez, terras de regresso e até terras refúgio...

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Uma Cabrinha que vai dar à Luz

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No passado dia 3 de Outubro a ASTA fez 9 anos. Na festa foi leiloado este quadro de Mestre Roberto Chichorro, um dos mais conhecidos pintores da actualidade. Pois o quadro foi adquirido por uns amigos da RioVivo, e, um dia destes, poderá ser visto em S. Pedro do Rio Seo.

Que acham de escolhermos esta cabrinha para ser o Ex-libris da Rio Vivo?